Intolerância desnecessária

 Caros vascaínos leitores do blog, acho que todos estão cientes do que se ocorreu no treino do cruzmaltino na última segunda-feira com relação ao "stress" de Bernardo com Leandro Chaparro. Já ouvi um monte de opiniões após o acontecimento, pessoas dizendo que ele tem que sair, que é desagregador, que o Vasco não pode comprá-lo, entre outras. Sou obrigado a respeitar todas elas, mas não obrigado a concordar.

  O que não dá para entender é essa implicância da torcida com ele de uns meses pra cá. Ele chegou com muita desconfiança, mas nos seus primeiros jogos pelo Gigante da Colina já demonstrou que tem talento e fez quatro gols em dois jogos no campeonato carioca, era titular absoluto até a chegada de Diego Souza. Se tornou o xodó da torcida, em todos os jogos aonde o resultado ainda não estava resolvido a favor do Vasco, a torcida pedia a entrada do meia já no início da etapa final, e assim acontecia, Ricardo Gomes sempre o colocava na metade do segundo tempo, entrava em todos os jogos, se destacou na Copa do Brasil.

  O problema é que a partir de um certo momento, Bernardo já não estava mais entrando em campo como antes, quando entrava era faltando dez minutos para o final da partida e a torcida esperava que ele resolvesse o jogo como quando entrava no início ou na metade do segundo tempo. As vezes ele até conseguia, mas quando não resolvia, a torcida já se mostrava impaciente e não pedia mais a sua entrada.

  Bernardo só voltou a conquistar a torcida após a excelente atuação no jogo contra o Aurora em São Januário. No jogo seguinte contra o São Paulo pelo Brasileirão, já se escutava a torcida pedindo a sua entrada no segundo tempo pois o jogo estava 0x0. Apesar de ter voltado a conquistar a torcida, ainda havia uma certa desconfiança com ele.

 O seu ato no treino de segunda-feira mostrou que o seu psicológico ainda não está bem trabalhado para ser um grande jogador. Mas vamos ser um pouco mais racionais, ele tem apenas vinte e um anos e já carrega uma enorme responsabilidade. Que atire a primeira pedra quem nunca perdeu a cabeça em um momento de nervosismo. Esqueceram que o Edmundo, considerado por muitos o maior ídolo do Vasco também perdia a cabeça com facilidade? E o Romário, que também é outro ídolo e aprontava das suas? Até o Felipe na sua primeira passagem pelo cruzmaltino cometia as suas "rebeldias", então por que essa intolerância com o Bernardo?

  Temos que dar apoio a esse jogador que já não é mais promessa, é realidade, e que ainda vai amadurecer bastante para construir a sua história no Club de Regatas Vasco da Gama.

  Saudações Vascaínas.

  João Pedro Sousa